Se o lixo produzido em casa exige atenção no momento da separação, difícil imaginar como é feito com o montante gerado em um serviço de saúde. Mais do que quantidade, a complexidade dos resíduos hospitalares está no risco que representam à saúde, assim como ao meio ambiente. No Hospital Unimed Noroeste/RS a segregação dos resíduos faz parte de uma cultura instituída historicamente e passa por toda a cadeia de cuidado, desde a recepção, assistência e áreas de apoio, até a Central de Resíduos. A perenidade deste compromisso está alicerçada nos treinamentos voltados aos funcionários, como política de educação continuada, a partir do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, em vigor desde 2008.
Todo o material gerado recebe atenção, do momento da utilização, passando pela separação, acondicionamento e tratamento ou destino final. Além de evitar riscos ambientais, assim como danos às pessoas em geral, previne acidentes dos profissionais ligados à área da saúde e dos que realizam a coleta. Na Central de Resíduos, funcionários examinam o que é descartado e, quando necessário, procedem na reclassificação (triagem). “Você sabia que nem todo lixo que geramos é lixo”, induziu a coordenadora da Hotelaria da instituição, Letícia Hartmann Muhlbeier, responsável por treinamento que reuniu profissionais de diversas áreas recentemente ingressos no Hospital Unimed. A conscientização sobre a prática é estimulada para também ser aplicada em casa e na comunidade na qual estão inseridos.
Classificados por grupos de A a E, os resíduos hospitalares recebem diferentes manejos e destinos. As práticas possibilitam controle do volume gerado e melhor aproveitamento do material reciclável (papéis, papelões, plásticos, vidros, fios de cobre, restos de metal, ferros e alumínio). Têm os recolhidos por empresas especializadas e licenciadas, como os contaminados, perfurocortantes ou tóxicos. Outros são colhidos pelo município e levados para aterro sanitário. E, do mesmo modo, existem aqueles que no Hospital Unimed traduzem-se em um diferencial: cascas de frutas e de legumes, folhas e galhos secos são resíduos transformados em adubo orgânico por meio da compostagem e da produção de humus no minhocário, utilizados no cultivo de legumes e verduras produzidos na horta do próprio Hospital (sem auxílio de produtos químicos) e na produção de flores e folhagens que embelezam os jardins e espaços internos.
“Colocar resíduos no lugar certo não é ato de responsabilidade somente porque a legislação exige, mas uma atitude de cidadania. Preserva nossa vida, enquanto trabalhador, e contribui para que tenhamos uma sociedade íntegra e limpa, com fauna e flora saudáveis”, reforça Letícia, também responsável pela área de resíduos. “Nossa missão de Hospital Unimed é cuidar das pessoas, preservando também o meio ambiente para que possam viver bem”, conclui.